Expedicionários da Saúde

OUR PROJECT

Expedicionários da saúde (EDS) are a Brazilian, non-profit organization formed by doctors, nurses, volunteers and logistical agents who travel to the most remote places in Brazil to provide medical care, mainly surgical, to the indigenous population, respecting the forest and the traditions of patients and their families.

The book brings together the best of the material produced by André François over eight trips alongside the organization. The photographer has accompanied the group since 2007, including the first international trip to Haiti, after the strong earthquake that the country faced in 2010.

Arrumamos nossas coisas e ficamos esperando as voadeiras chegarem para nos levar até Jacareacanga. Almoçamos como todos os dias, só que um pouco mais cedo. O tempo parecia um pouco mais estável, mas ainda sim estava nublado. No trajeto de voadeira, pe
a caminho da festa yanomami. Eles nos ajudaram a carregar nossas coisas até lá. Todos estavam se pintando com urucum para a chegada à festa.
Kypatô Kayapó (lê-se Kupatô) 86 anos, cacique de A’Ukre, operou catarata, tem mal de Parkinson. Chegou de A’Ukre com sua esposa, que também operou catarata. Logo que chegou, Kypatô chamou muito a atenção de todos. Com o cocar de penas na cabeça, todos olhavam para esse simpático senhor, todo pintado e adornado. 18a Expedição – Expedicionários da Saúde – Etnia Kayapó – Kikretum Essa expedição foi particularmente mais difícil de ser organizada. Este ano, os Expedicionários não puderam contar com a ajuda do exército nem da aeronáutica. A verba para estes fora cortada pela metade neste ano, comprometendo a ajuda humanitária que eles prestavam à diversas organizações, como os Expedicionários. Marcia nos conta que teve que firmar algumas parcerias com transportadoras e empresas, como a Vale do Rio Doce, que está presente no local com a exploração de minérios, para viabilizar a expedição. Kikretun também é um local de difícil acesso. Avião é o principal meio de chegar aqui, mas é possível também seguir de barco até São Félix do Xingu e depois dirigir mais 100 quilômetros (e algumas horas de estrada) até Ourilândia. A carga, de 8 toneladas e 60 metros cúbicos, foi transportada de Campinas até Manaus com apoio da Pósitron. De lá até Marabá, Márcia conseguiu uma parceria com uma transportadora de Manaus, a TBA, sem custo. De Marabá até aqui, outra transportadora foi acionada, dessa vez, paga. A equipe dessa expedição gira em torno de 30 pessoas. O Luis Macedo, nosso grande amigo e logístico dos Expedicionários, não pode vir. Com uma dor na coluna que o assolava por alguns meses, ele tomou a difícil decisão de não vir nessa expedição. Muikarakô era a aldeia que inicialmente sediaria a expedição. Um lugar muito bonito, foi um dos primeiros visitados pelos expedicionários na expedição exploratória para definir o campo e a demanda de pacientes. Logisticamente, porém, Kikretum era o local mais acon
Paciente e preparado para realizar cirurgia dentro de tenda cirurgica montada e projetada para a equipe dos Expedicionarios
Pagina dupla!
Pela tenda principal, circulam muitos ticunas dia-a-dia. A maioria chega de comunidades vizinhas em busca de atendimento, da melhora da doença que lhe acomete. São pessoas que, às vezes, sairão sem solução para seus problemas, ou por serem complicados demais para serem resolvidos aqui, ou por precisarem de exames específicos. Alguns deles, no entanto, é feito com equipamento que trazem da base para cá. Tem um, por exemplo, que mede o nível de potássio, sódio, cloro, uréia, creatinina, glicose, entre outras substâncias, no organismo. Muitos desses pacientes serão operados nos próximos dias. Esta não é a primeira expedição que a organização faz aqui. Em novembro do ano passado, eles vieram para cá e hoje retornam por causa da grande demanda existente. Dessa vez, alguns detalhes de estrutura foram melhorados e ampliados, como a área coberta que abriga as barracas. Moça que chega picada por uma cobra. Esposa do vice-cacique de Vendaval. Fábio Tozzi, que a atende, diz que não é grave. cobra, felizmente, não era venenosa.
Ala do pré e pós-operatório.
Expedicionários da Saúde, coordenado por Ricardo Affonso Ferreira, ortopedista e presidente-fundador. Ele lidera o grupo, explica a dinâmica dessa expedição, a 16a (sem contar com a expedição de ajuda ao Haiti). Poucos hoje são novatos na equipe. A maioria já é apaixonada pelo trabalho e se envolve em quase todas as expedições. O trabalho, que é voluntário, inspira esses profissionais a trabalharem pelos próximos 10 dias e fazer a diferença nessa comunidade indígena de Sateré-Mawé. Esta é a segunda vez que os Expedicionários organizam uma missão aqui. A primeira teve um quórum menor, mesmo porque são diversos fatores que precisam ser feitos para que o trabalho aconteça. Antes da expedição em si, parte da equipe dos Expedicionários vêm para cá, conversa com a liderança local, explica o trabalho, faz parcerias com a Funasa e com a equipe de saúde para que a logística de buscar e levar essas pessoas aconteça; a alimentação, a hospedagem, tudo isso tem que ser levado em consideração para que uma expedição tenha pacientes para ser operados. Em Umirituba, vimos os profissionais da Funasa trabalhando em parceria com os Expedicionários. A equipe do pólo-base informou que viriam pessoas de Parintins, que coordena os barcos de outras regiões fora da cidade, Barreirinha, Maues e Nhamundá (da reserva indígena de etnia Hixariana) para ser atendidos. Os pólos-base da região são: Araticum, Umirituba, Vila Nova e Curuatuba. Os pacientes são rapidamente examinados; se precisam de cirurgia, vão direto para o pré-cirúrgico. No dia seguinte, muito provavelmente, já terão alta para voltar para casa. Os procedimentos são rápidos São cerca de 30 cirurgias por dia. O tempo e a demanda precisam ser calculados para que todos sejam atendidos. Os pacientes não cessam em chegar. Dessa vez, o número de pessoas que compareceram aqui foi imensamente maior. Até indígenas de outra etnia vieram: os Hixariana (ou Hexariana, Escariana – ver