Fortes Mulheres

OUR PROJECT

Inspired by the feminine strength, André François portrayed, for two years, women who walked journeys full of challenges, love and strength. The photographer crossed the country with just one question: what is overcoming for you?

The answers resulted in the photographic documentary and the documentary video Fortes Mulheres, in which the characters tell their own stories and show why they are inspirations for their communities, families, country and themselves.

The work addresses issues such as teenage pregnancy, family relationships, domestic and gender violence and coping with diseases such as cancer.

Maria da Penha Maia Fernandes 66 anos, divorciada, 3 filhas, ativista contra violência doméstica é a figura quem batizou a lei 11.340/2006 – Lei Maria da Penha 1a filha de uma família de 5 irmãos pai veio do Rio Grande do Norte, um tio financiou seus estudos e formou-se dentista mãe é de Barbária, era parteira; mudou-se para Fortaleza, ficou viúva muito cedo Maria da Penha sempre se rebelou contra algum tipo de controle sobre sua vida ficou com corpo de mulher bem jovem aos 19 anos, conheceu um jornalista e casou-se com ele, mas logo se divorciou, pois ela era muito apaixonada por ele; ele gostava muito de namorar outras mulheres foi a São Paulo fazer mestrado; era formada em farmacologia conheceu Marco Antônio, colombiano, em uma festa casaram-se e mudaram-se para Fortaleza tiveram 3 filhas quando Marco Antônio conseguiu sua naturalização brasileira, mudou completamente seu casamento ficou ruim; ela pedia o divórcio, ele negava ele passou a ser muito agressivo nessa época, a violência contra a mulher passou a ter mais visibilidades, mas ainda assim, a justiça inocentava os criminosos ela tinha medo de se divorciar e ser assassinada pelo marido ele começou a crescer profissionalmente e viajava frenquentemente a Natal a trabalho na noite de 29 de maio de 1983, acordou com o barulho de um tiro que levou nas costas; pensou que tinha morrido escutava os vizinhos a socorrendo; Marco estava na cozinha e não a ajudou ele contou que um assaltante entrara em casa e tentara matar ela e ele ela ficou 4 meses hospitalizada e recebeu a notícia que nunca mais andaria novamente quando teve alta, foi para sua casa, mas foi proibida pelo marido de receber qualquer visita ao tomar um banho com uma cadeira especial que o marido mandou confeccionar, levou choques; ficou com medo e queria sair de casa pediu ordem judicial para sair de casa e, quando o marido viajou, saiu de casa com as filhas (de 7, 4 e 2 anos) ele não deu pensão aos filhos seu marido foi ident
Cristiane Rodrigues Novais 11 anos, solteira, 6 irmãos, estudante mãe: Marileide Rodrigues Santos é nascida e criada em Igatu vem de uma família de 6 irmãos; é a caçula da família estuda na 5a série, em Andaraí; para tanto, acorda todos os dias às 5 da manhã e volta às 12h quando está em casa, ajuda sua mãe, que trabalha na casa de outra família cozinha, arruma a casa, lava a louça, lava a roupa sua mãe, Ledinha, trabalhava na roça quando era jovem teve 1 filho e foi abandonada pelo pai da criança casou-se com outro homem, garimpeiro, e teve 5 filhos com ele criou os filhos lavando roupa para fora IMPRESSÃO/INSPIRAÇÃO: Nêga, apelido de Cristiane, é uma menina cheia de vida. Tem um rosto ótimo, que reflete a alegria de ser menina-moça. Achamos nossa mãezinha, a menina que ainda é muito jovem, mas que já tem responsabilidades em casa, cuidando dos irmãos e da casa para que os pais possam trabalhar fora para conseguir dinheiro. Ela é uma menina um pouco tímida, mas que falou bem conosco na entrevista. Ela gostou muito de André e das fotos que fizemos dela. /
Judite Maria de Jesus 78 anos, viúva, 9 filhos, 45 netos, aposentada nascida em maio de 1933 e criada na comunidade quilombola de Remanso, localizada a 20 km de Lençóis por estrada de terra desde pequena fazia roça e cuidava das galinhas; plantava mandioca, feijão, milho seu filho caçula, a esposa e suas 2 filhas pequenas moram com ela; quando a mãe ficou viúva, o filho não quis deixá-la sozinha hoje trabalha um pouco menos porque os filhos e netos a ajudam adora pescar e ainda é muito ativa na casa e comunidade IMPRESSÃO/INSPIRAÇÃO: Judite é uma senhora muito simples, mas muito hospitaleira. Chegamos em sua casa com a companhia de Ramiro e ela logo nos recebeu em sua casa sem pestanejar. Ficamos ainda um pouco tímidos. Nem gravamos entrevista com ela. De qualquer forma, conversamos um pouco com Judite, que é uma mulher com muita saúde e disposição para fazer as coisas. Cuida de sua netinha, que é apegada à avó. Ela nos mostra as redondezas da comunidade e nos apresenta a casa das farinhas, onde processam a mandioca plantada por eles até virar farinha, alimento básico na mesa de qualquer família da região. Enquanto caminhamos, vimos alguns grandes buracos ao lado das casas. Judite explica que o governo em breve colocará as cisternas para cada casa, como forma de ter água boa e potável durante todo o ano. A região, porém, é bem privilegiada, no leite de um rio onde a comunidade pesca e utiliza a água para sobreviver. Remanso é uma comunidade bem simples, mas organizada, com escola, posto de saúde. A população toda se conhece, se ajuda. Todos praticamente são parentes, primos, tios, irmãos... /
Josivânia Ribeiro Cruz Souza 30 anos, casada, 1 filha, trabalhadora rural, coordenadora do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Sertão Central Filha: Larissa de Souza Cruz nascida na comunidade de Malhada Vermelha, zona rural, na região de São José do Belmonte é a primeira filha de 4 irmãos desde pequena trabalha na roça com os pais aos 21 anos casou-se com Pedro, um antigo namorado de sua tia por quem se apaixonou ele, por ser mais velho (10 anos de diferença), não foi aprovado pela família Vânia então engravidou para poder se casar com ele nasceu sua filha, Larissa, que hoje tem 10 anos se associou ao Sindicato, para ter seu salário maternidade seu marido a incentivou a participar do Sindicato em 2006, participou do 1o congresso, pela Fetap em 2007 foi eleita para a secretaria de organização e Formação conheceu Vanete Almeida, quem a despertou para a questão social começou o trabalho com o Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Sertão Central ajudou e orientou o 1o grupo de mulheres trabalhadoras rurais a se unirem para comprar terra; elas se chamam de Associação de Mulheres Disciplinadas de Baixa Verde esse grupo de 7 mulheres agora constroem suas casas da terra onde logo morarão sabe que as dificuldades do trabalho no campo é difícil, mas superou essa questão porque gosta desse trabalho IMPRESSÃO/INSPIRAÇÃO: Josivânia é aquele mulher arretada que tem mil atividades por dia. Ela vai frequentemente para a cidade, onde trabalha no sindicato dos trabalhadores rurais e também com o Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Sertão Central. Além desse trabalho, Josivânia ainda faz roça, com plantação de milho, feijão e cria animais, como ovelhas, cuida da casa e de sua filha de 10 anos, Larissa. A menina é tão solícita e educada que ajuda a mãe a arrumar a casa. Enquanto seu marido passa a semana em São José do Belmonte para trabalhar e estudar (ele está cursando economia), Vânia cuida dos outros afaz
Liliana Camargo Alves do Nascimento 26 anos, solteira 4 filhos (Leandro, o mais novo, tem 3 meses) Santos SP aos 10 anos, foi abandonada pela mãe entre os 10-18 anos morou em abrigos com os irmãos às vezes ela fugia dos abrigos aos 15 anos teve seu 1o filho aos 17 anos teve seu 2o filho morou com seu irmão por algum tempo, mas ficava muito nas ruas aos 21 anos teve seu 3o filho usou crack por 1 ano e ½ se prostituía para conseguir dinheiro para as drogas nesse período, sofreu um abuso sexual na rua, quando se drogou demais engravidou e não sabia se o pai era seu agressor ou um antigo namorado tentou abortá-lo usando drogas aos 5 meses de gestação, brigou com um policial e foi presa injustamente com 19 pedras de crack que não pertenciam a ela se sentiu no fundo do poço, sem esperanças ficou 3 meses e ½ na cadeia e saiu depois de uma audiência com a juíza, que acreditou em sua versão; os policiais se contradisseram se internou no hospital pouco antes de ter seu filho aos 25 anos teve seu 4o filho, Leandro, que acredita ser do antigo namorado veio para o Lua Nova por recomendação da assistente social parou de usar drogas aqui, está decidida a mudar e conquistar a guarda de seus outros 3 filhos, que estão sob guarda de uma família por meio do conselho tutelar IMPRESSÃO/INSPIRAÇÃO: Liliana é uma mulher forte. Nossa primeira impressão nos foi bem vinda. A menina, sentada na cama, logo puxou papo quando nos viu e começou a falar sobre sua vida. Enquanto dobrava as roupinhas do bebê que tivera há 3 meses, ela nos falava sobre coisas muito íntimas da sua vida, como o fato de que sofreu abuso sexual, foi usuária de drogas, se prostituiu para poder comprá-las, ficou presa injustamente. Apesar da eloqüência das palavras, Liliana é séria e determinada. Com clareza, ela conta que hoje seu objetivo é: se recuperar, sair das drogas e cuidar dos seus filhos. Está batalhando na justiça a guarda dos outros 3 filhos. Conta que Leandro, seu fil
Alda Lúcia da Silva Rocha Barbosa 39 anos, casada, 1 filha em tratamento de câncer sua filha é Hozana da Silva Rocha Barbosa, 12 anos, tem câncer na bacia (sarcoma) ela família mora em Paracuru, cidade há cerca de 100 km de Fortaleza Alda era comerciante; seu marido, é caminhoneiro há 2 meses Alda descobriu que sua filha tem um sarcoma, câncer no osso, na bacia elas descobriram porque a menina tinha um inchaço na região, que elas acreditavam ter sido resultado de uma queda desde então, Hozana está fazendo tratamento no ICC (Instituto do Câncer do Ceará) Alda largou seu trabalho para se dedicar totalmente à filha o marido ainda trabalha, e não consegue visitar a filha no hospital; Alda compreende a situação e cuida da menina no hospital o pai e a filha são muito apegados neste momento, Hozana está na 4a sessão de quimioterapia de 15 o médico disse que a menina está reagindo bem ao tratamento, e o tumor está diminuindo se for preciso, Hozana fará uma cirurgia para retirar o tumor e colocar uma prótese se houver rejeição, ela terá que amputar a perna e a região da bacia Alda tem muita fé em Deus que o tratamento dará certo; ela diz que tem uma única filha e pede para que Ele cuide dela e a cure IMPRESSÃO/INSPIRAÇÃO: Conhecemos Alda durante nossa primeira visita ao ICC (Instituto do Câncer do Ceará) enquanto andávamos pelos corredores do hospital com Meidj, enfermeira que André conheceu desde o livro Cuidar. Meidj está a mesma, nos recebe com muita simpatia e logo entende o projeto. Ela sugere que encontremos uma mãe que esteja com o filho no hospital, pois acredita que essa história vale a pena ser contada. Fomos até a pediatria e falamos com a médica, Georgina, e a enfermeira, Larissa, que logo sugeriram conhecermos Alda e Hozana, sua filha. Falamos rapidamente com Alda sobre o projeto e ela logo topou. No dia seguinte, encontramos com ela e sua filha, que é uma menina linda, cheia de vida. Alda nos deu entrevista confia
Mulheres Kayapó. Seu papel é cuidar da família, da casa. Elas criam os filhos, cozinham, plantam, colhem, lavam a louça, a roupa, limpam a casa, enfim, cuidam das tarefas domésticas. Aos homens, cabe caçar. Os Kayapó são exímios caçadores. O chefe de família sempre é o homem, quem dá a palavra final. As mulheres se dedicam também à pintura corporal, que entre os Kayapó é muito marcante. Todos eles têm algum tipo de pintura no corpo, que são feitas com o genipapo e uma casca de árvore seca. Essa casca é queimada no fogo e misturada com o genipapo verde e um pouco de água. Para pintar, utiliza-se o dedo, se a pintura for maior, ou um palito bem fino e flexível, se a pintura tiver mais detalhes. São desenhos geométricos, inspirados na natureza, como as folhas de coqueiros, o padrão da casca da árvore, o casco dos jabutis. A simetria é perfeita, as linhas retas, paralelas, do mesmo tamanho. São pinturas lindas e elaboradas. Dificilmente são iguais. As mulheres são criativas e criam o padrão na mesma hora. A pintura dura de 10 a 15 dias, dependendo da qualidade do genipapo. Outra tarefa muito apreciada entre as mulheres é fazer colares e pulseiras de miçangas. Todas elas passam horas mexendo com essas bolinhas tão pequenas, trançando no fio de pesca pulseiras que ficarão lindas. O padrão também é geométrico, e elaborado. Uma tarefa que parece fácil pela destreza com que elas fazem. As meninas também desde pequenas já começam a pintar e fazer colares com miçangas. É um passatempo familiar. 18a Expedição – Expedicionários da Saúde – Etnia Kayapó – Kikretum Essa expedição foi particularmente mais difícil de ser organizada. Este ano, os Expedicionários não puderam contar com a ajuda do exército nem da aeronáutica. A verba para estes fora cortada pela metade neste ano, comprometendo a ajuda humanitária que eles prestavam à diversas organizações, como os Expedicionários. Marcia nos conta que teve que firmar
Maria José dos Santos Jucá 63 anos, separada, 12 filhos (dentre os quais, uma filha morreu), trabalhadora rural, integrante do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Sertão Central vem de uma família de descendentes brancos, negros e índios nasceu em um sítio perto de Jericó, onde morou com os pais cresceu em uma família com 14 irmãos, mas somente 8 viveram estava no colégio para se tornar uma freira, mas quando saiu de férias, desistiu de concluir casou-se aos 16 anos com seu primeiro namorado e morou vizinha aos pais era muito trabalhadora, ficava na roça, costurava para fora, buscava água nas cacimbas seu marido não a ajudava em casa; ficava por dias fora de lá ele começou a agredi-la; Maria pediu para seu pai tomar providências e ele não fez nada; ela ficou desolada o marido tinha muito ciúmes de Maria; o casal tinha uma diferença de 11 anos; ele estudou até a 5a série, ela até o 2o grau uma vez em que apanhou, estava grávida do 3o filho; seu sogro disse ao filho: “Você não bateu em Maria, bateu em seu desaforo” o casamento durou 27 anos, mas Maria separou-se dele quando ele se ausentou de casa por 1 mês e 8 dias ela ficou com outro homem por uma noite e depois se separou do marido se envolveu com o sindicato de trabalhadores rurais ele não deu pensão para os filhos hoje Maria está bem solteira; já teve alguns namorados, mas prefere ficar sozinha seus filhos estão sempre por perto, protegendo a mãe ela é muito ativa, faz diversos cursos oferecidos para a 3a idade Margarida tem 87 anos e 12 filhos, dentre os quais Maria Jucá, que entrevistamos IMPRESSÃO/INSPIRAÇÃO: Maria é uma simpática senhora que abriu sua casa e sua história de vida para nós. Sua casa e história foi a primeira de Serra Talhada. Ainda estávamos criando vínculos, mas ela foi muito gentil. Apresentou toda a sua casa, a cisterna que tem no jardim para recolher água, e seu jardim, sua terapia predileta. Lá ela planta limão, laranja, capim