Por Beatriz Hoffmann
Inicialmente, antes de entrar no hospital e iniciar as atividades do Conexões do Cuidar (projeto que realiza chamadas de vídeo para pacientes isolados nos hospitais que não podem receber visitas familiares), eu estava com medo.
Não só pelos riscos de contaminação pela COVID-19, que é preocupante, mas também pela minha própria reação ao chegar no hospital: como eu reagiria ao encontrar a equipe médica e os pacientes nesse cenário de pandemia? Eu estava imaginando encontrar um ambiente com muita tensão. No entanto, o que aconteceu foi exatamente o contrário. Assim que cheguei ao hospital me senti em casa, por ser um espaço em que eu me sinto à vontade para fazer o meu trabalho. A experiência ao iniciarmos os contatos com as famílias e pacientes foi muito intensa e rica.
Eu entrava na casa dessas pessoas junto com o paciente, e eles falavam sobre os assuntos mais diversos, depositando toda sua confiança em mim de que estavam em um ambiente seguro. Eles se emocionavam revendo suas famílias e até mesmo seus gatos e cães de estimação, e é muito bonito proporcionar isso.
Eu não imaginava que eu me sentiria tão confortável e radiante em realizar essa ação. Achava que a todo momento eu estaria em alerta por causa do COVID, e de fato estava por causa dos cuidados que precisávamos ter com nós mesmos e com os outros o tempo todo, mas ao mesmo tempo essa situação me proporcionou viver o que eu gosto de viver: me conectar com as pessoas.
Acredito que poder transformar a vida das pessoas – e tenho certeza que nós fazemos isso na ImageMagica – é um privilégio. O projeto é fundamental para trazer a esperança e a aproximação de quem mais se ama em um momento tão difícil, mesmo que à distância. Mal posso esperar para começar essa ação novamente e beneficiar mais famílias e pacientes.