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Dentro da temática de solidariedade do Paraty em Foco, o projeto da IMM se apresenta como uma luz na pandemia com o propósito de conexão

Considerado o maior festival de fotografia do Brasil e um dos maiores da América Latina, o Paraty em Foco aclama tanto artistas estrangeiros quanto nacionais e, por isso afirma e mantém a sua filosofia: “Um Festival para Todos os Olhares”. Este ano, a 17ª Edição do Festival Internacional de Fotografia Paraty em Foco – PEF 21, acontece entre os dias 27 e 31 de outubro.

FOTOGRAFIA SOLIDÁRIA

Entre as 17 edições, o Paraty em Foco sempre abordou questões reflexivas para a discussão e documentação, entre elas meio ambiente, futuro, migração, emergências, entre outros. Devido aos muitos desafios e dificuldades que a pandemia trouxe para a realidade mundial, a solidariedade se tornou mais do que necessária e aliada de todos, o que inspirou o tema “Fotografia Solidária” para a edição deste ano.

Diante deste cenário, o Paraty em Foco ocorre de forma híbrida desde 2020 devido à pandemia do covid-19. Portanto, entrevistas e bate-papos ocorrem de forma virtual, e as exposições de forma presencial, que ocupam a Praça da Matriz e a Quadra da Matriz no centro histórico de Paraty. Uma das maiores atrações do evento é a exposição com os vencedores da Convocatória em Foco 2021 nas categorias “Ensaio” e “Foto Única”.

RECONHECIMENTO

Na categoria Ensaio, o projeto Conexões do Cuidar do fotógrafo e fundador da IMM, André François, ficou em terceiro lugar. Com o tema “Fotografia Solidária” do PEF e a realidade da pandemia e isolamento, o projeto entra como uma forma de iluminar a tragédia por meio da arte, ou mais especificamente, a fotografia, e compreender como enfrentar o problema e conectar as pessoas neste momento.

O festival também conta com a “Selfie em Foco 2021”, que reúne 30 autorretratos criativos, a exposição de Thomaz Farkas – o homenageado da vez – e o varal fotográfico “Caos Imaginado”, do Transitório Coletivo Viva Rua. Na praça também são exibidos trabalhos internacionais, como “Metropolis”, registros de megacidades, do holandês Martin Roermes, “Indestructibles” do espanhol Alfons Rodrigues e texto do Xavier Aldekoa, que mostram a dura realidade de africanos e a superação; e “O Último Testamento”, do norueguês Magnum Jonas Bendinksen, de pessoas que afirmam ser a reencarnação de Cristo ao redor do mundo.

LISTA DE DESTAQUES

Confira na lista mais detalhes de trabalhos que ganharam destaque nesta edição. Veja abaixo:

“Sombra de Vitória”Daniela Torrente

Na Era Vitoriana (1837 a 1901), período do reinado da Rainha Vitória na Inglaterra, com a chegada das câmeras fotográficas, as mães inglesas buscavam ter uma lembrança de seus filhos ainda pequenos. Porém, nessa época, a fotografia precisava de uma longa exposição e isso era um desafio na hora de fotografar bebês e crianças sem paciência que não paravam quietas.

A solução adotada pelos fotógrafos foi incluir as mães nas fotos, para que as crianças se acalmassem. Porém, as mães não podiam aparecer. Para isso eram “disfarçadas” com cortinas, toalhas, colchas ou qualquer pano que as cobrissem por completo. Na fotografia fica óbvio a presença materna, o que nos traz uma estética afetiva e ao mesmo tempo perturbadora.

A partir desse fato histórico, esse projeto provoca novamente todas essas reflexões e amplia a discussão trazendo para a contemporaneidade. Certamente, hoje podemos trazer outras leituras como a invisibilidade da mãe, a mulher na sociedade patriarcal, a falta de identidade própria, a ausência do pai e ainda a negação de si mesma priorizando os filhos.

“Indestructibles: Um olhar sobre a futura geração da África”Alfons Rodríguez e Xavier Aldekoa

A África é o continente do futuro. A região de mais jovens do planeta, com idade média de 19 anos, também é uma terra de contrastes. Os avanços na educação, o crescimento econômico, o desenvolvimento de energias renováveis ou o surgimento de movimentos feministas já começaram a transformar a realidade africana. Sem esquecer as cicatrizes: todos os dias, milhares de crianças são expostas aos estragos da guerra, do terrorismo, da pobreza ou das alterações climáticas.

Por mais de dois anos, o projeto “Indestructibles” documentou as histórias de 11 meninos e meninas em 10 países africanos como um reflexo das conquistas e desafios de um continente diverso e em constante evolução. Esta exposição é uma viagem por um território jovem, enérgico e dinâmico. Cheio de pessoas que avançam o melhor que podem. E que, quando as coisas dão errado, eles tentam ser indestrutíveis e seguir em frente.

  • “Conexões do Cuidar” – André François

Depois de mais de 20 anos fotografando saúde ao redor do mundo, André François deu início a um novo projeto dentro dos hospitais brasileiros durante a pandemia do covid-19, o Conexões do Cuidar. Com o uso de aparelhos celulares para a realização de videochamadas, o projeto conecta pacientes isolados com seus familiares.

Essa conexão é um importante aliado na melhora da condição dos pacientes que estão assustados e isolados de seus entes queridos. Em muitos casos, a visita virtual é a última comunicação que eles terão antes de falecer. Essa série fotográfica mostra a importância da conexão humana e o uso da tecnologia para que essa proximidade seja possível, mesmo que de forma digital.

 

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